Você sabia que as bebidas alcoólicas podem conter metanol, e que este composto é tóxico?
30 de julho de 2021 O metanol, carbinol ou álcool metílico é um dos principais compostos do grupo orgânico dos álcoois. Em cachaças sua origem se dá pela hidrólise da pectina, um polissacarídeo presente na parede celular vegetal da cana-de-açúcar, catalisada pela enzima pectinase durante o processo de fermentação. Este é um composto que está naturalmente presente na cachaça e em outras bebidas, entretanto, é um álcool indesejável e ele se concentra no início da destilação, por isso a comercialização ou reutilização da fração de cabeça para consumo é considerada uma prática ruim, uma vez que esta fração é a que contém maior quantidade deste composto.
Estudos apontam que a ingestão de grandes quantidades de metanol pode causar intoxicação, e inicialmente se configura por dor de cabeça, náusea, cegueira, podendo levar até a morte, uma vez que no organismo, este composto diminui o pH sanguíneo, afetando principalmente o sistema respiratório.
Visando a preservação da saúde dos consumidores e o controle da qualidade de cachaças, a legislação brasileira estabelece um limite máximo de metanol na bebida de 20 mg por 100 mL de álcool anidro. Muitas bebidas clandestinas ou adulteradas apresentam uma alta concentração de metanol, podendo causar danos à saúde dos consumidores. Existem relatos de alguns casos onde pessoas vieram a óbito, ou tiveram relatos de intoxicação após a ingestão de bebidas com concentrações elevadas de metanol, como por exemplo: em 2006 no Paraguai, 2004 no Quênia, 2000 no EUA e 1999 na Bahia (Brasil).
Estas informações intensificam a importância do controle de qualidade em bebidas alcoólicas, e em especial deste composto. Ressaltando a importância do monitoramento do processo de destilação para controlar e/ou diminuir a concentração do metanol e outros contaminantes, além da análise para verificação da concentração de metanol antes de sua distribuição e comercialização, assegurando a qualidade da bebida e a saúde do consumidor.
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Autora: Sylvia Patricia de Carvalho – Assistente de P&D
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Referências
BRASIL. Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento, instrução normativa N° 13 de 29 de junho de 2005. Brasília: Diário Oficial da União, N° 124, pp. 3-4. 2005.
Caruso, M. S. F., Nagato, L. A., Alaburda, J. Benzo(a)pireno, carbamato de etila e metanol em cachaças. Nota técnica. Química Nova, 33 (9), 2010. https://doi.org/10.1590/S0100-40422010000900027.
González, C. Mortes na BA foram causadas por metanol. Jornal: Folha de São Paulo. São Paulo, Sexta-feira, 12 de março de 1999. Disponível em;
Pereira, E. V. S. Níveis de congêneres, Carbamato de etila e outros contaminantes em vodcas e cachaças de consumo popular no Brasil. Dissertação para título de Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos do Programa de Pós-graduação e Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife. 2012.
Zambon, L. S. Intoxicação por metanol. Medicina Net, 13 de junho de 2013. Disponível em: < https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5406/intoxicacao_por_metanol.htm> Acesso em 28/07/2021.